terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Coração

Eu sinto que preciso dizer
Mas palavras não saem como quero
Eu preciso, eu preciso fazer
Do que sinto um momento sincero...
Mas palavras só me engasgam na boca
Quando penso em falar algo mais
... Eu só quero dizer que te amo
Isso hoje é tudo o que sinto, demais!
Hoje eu tenho certeza de que
As palavras já não me apetecem
Eu preciso, eu preciso fazer...
Dos meus medos tolos que aparecem
Simplesmente pontadas de dor
E consigo,se o que sinto é amor
... É que eu quero dizer que te amo
Isso é tudo que tenho, fervor
São palavras, mas já não conseguem
Expressar o que sinto: é amor

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Ano Novo



Quando caminho no escuro, sinto pedras, murmúrios
Ocultarem a minha razão
Por muitas vezes me vejo sem caminho, ensejos
Só, perdido na imensidão
Quando me afogo em tristeza sinto toda a pureza
De alguém que me dá a mão
Por muitas vezes singela, mas em todas tão bela
Só pedindo meu coração
Levanta, estica logo a cabeça, que você ainda tem solução
A moça está te olhando, agradeça, você vai encontrar na canção...
Só... nós dois

Sdrawkcab



Amelborp ednarg res iav oãn aorag a otsiv olep
:Amelid mu , aroga sam , oterc ragul oa oiev êcov
Ameop esse odnel ertnocne , euges êcov edno arap
Railimaf ragul mu , ecehnoc meb euq ragul mu
Ragevan eder a atsab , egnol otium ri asicerp oãn
:Ragul od rias arap asoreneg acid amu
...Raglopme es oa odadiuc sam , asseretni ehl euq o agis
!Rassap edop oãn êcov atnerauq e otnec ed siop
...Rarutneva em àl rop me aicnêicap evit acnun
!àl arp iav , haraS , ejoh , etnerefid é ejoh ós sam

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Dama


Perfume... De qual mais suave essência
Que preenche em transparência
O meu corpo em grande ardência
No sorriso de um olhar.
É cheiro... De corrente em movimento
De ar puro, sentimento
Faz de trilha, acampamento
Da saudade um além-mar.
Aroma... De um fruto mais vistoso
Cujo sumo emana, virtuoso
No odor do peito caloroso
A beleza a se volatizar.
Fragrância... De textura etérea, densa
Me desperta aos olhos a presença
Da suave pele, bela, intensa
Que incendeia ao se fazer tocar.
Perfume... cheiro intrínseco da natureza
Companheiro eterno da grandeza
Atrelado sempre à beleza
Definindo o verbo amar.

sábado, 17 de setembro de 2011

Cama feita




Sob as dobras desses seus lençóis
Retesei meu corpo em solidão
Respirei com calma e agonia
Naveguei possesso em calmaria
Processei mais coisas que queria
Encontrei nos gestos demasia
E em palavras que eu mesmo proferia
Aticei a corda que envolve minhas mãos
Sob as luz intensa de um milhão de sóis
Fui contra-atacado pela afirmação
Coloquei meu rosto em euforia
E notei em sua face a ironia
Procurei respostas claras em poesia
Me fiz de quem sabe, ou de quem sabia
E na falta do concreto, eu simplesmente ria
Adorei todas as notas que compunham a canção
Que tecia rimas sobre cada um de nós.
Fui bombardeado em claro com perdão
Sob as dobras gélidas dos seus lençóis.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Acorda à distância





Surge agora um novo dia mundo afora
Nasce um novo céu agora na manhã vazia, e o dia
Já te espera com o abraço amigo de quem te adora
Faça chuva, faça escuro agora
Logo o sol se joga sobre a terra fria, e alicia
Pelos cantos da tua janela, e de todas as da casa onde mora
Espreguiça, que já tá na hora
De dar um sorriso para quem dormia, e alivia
O peito deste que não vê a hora
De passar os olhos no seu dia
De correr os braços pelas horas
De cantar no mundo sua alegria
De beijar seus lábios sem demora
De correr à sua companhia
De abraçar seu corpo pela aurora
De dizer que já não poderia
Não falar o quanto ele te adora...
Pois acorda, o mundo é nosso, ria
Eu te adorei ontem, eu te adoro agora.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Acalantado





Dona dos campos floridos, ouço você respirar
Dama dos belos sorrisos, vejo você cintilar
Princesa dos meus cantos, você me chama (chama)
E em todos os encantos me faz sonhar, sonhar
Me leva pelos mundos e realidades que criou
E me carrega pelos braços ao mostrar cidades que inventou
Me abraçando sempre forte enquanto conta histórias que pensou
É dona dos meus sonhos
Me mostra espaços, casas, ruas e muitos lugares em que andou
Me conta dos acampamentos e dos morros altos que escalou
E talvez você não perceba, mas também me mostra quem eu sou
É dona dos meus sonhos
Dona dos cinco sentidos, sinto você me alcançar
Dama dos cabelos lisos, penso em você sem cessar
Princesa, cura meus prantos, você me sara (sara)
E por todos os cantos me faz voar, voar

sábado, 27 de agosto de 2011

Uma noite qualquer



Enquanto a dança se prolonga noite afora
E os suores se misturam à desgraça
Lá no escuro de algum bar sem hora,
Um estranho se debruça em doses de cachaça.
Ele ri, chora, alucina em solidão
Seu casaco exala seu perfume amargo
Ele limpa a boca com seu punho largo
Balbucia coisas, como "fé" e "perdão".
Muito alheio aos risos e à natureza
Ele grita com angústia e dor
"Foi aqui, bem nessa mesma mesa
Que ganhei o meu primeiro amor".
As pessoas, ébrias, mal o escutam
Ele não se importa, passa a levantar
Os garçons, possessos, para fora o chutam
E sobre a calçada, põe-se a soluçar.
Gotas leves do céu se projetam
O seu corpo treme, mas sem protestar
Gente passa, alguns objetam
Mas ninguém socorre o estranho ali, a chorar.
O estranho fala, com a voz cansada
De sua boca exala o cheiro de licor
"Foi aqui, bem sobre essa calçada
Que beijei o meu primeiro amor".
Se aproxima um senhor com pressa
Distraído, fala ao celular
Sobre o vulto do estranho tropeça
E, com raiva, passa a reclamar
Levantando sua voz bem alto
Ele empurra o estranho a um velho banco
Dá-lhe as costas, vira-se ao asfalto
E atravessa a rua, agora manco.
Sobre o banco, o estranho deita
Olhos baixos, parece dormir
Mas tão logo a coluna endireita
Olha o banco e passa a sorrir
E batendo-se, num solavanco
Grita a todos que se encontram ao redor
"Foi aqui, bem nesse exato banco
Que conheci o meu primeiro amor".
Uma moça escuta, e se atormenta
Com a confissão noturna, inesperada
Aproxima-se com calma e senta,
E pergunta-lhe, bastante interessada:
"Meu bom moço, por que grita em madrugada
Se está tão preenchido internamente de paixão?
Não seria mais prudente achar sua amada
E contar-lhe os sonhos de seu coração?"
O estranho a olha, penetrante
E em seus braços cai, sem rir e sem chorar
Fala em suas orelhas, com a voz cortante
Em um tom sem vida, um timbre de gelar
"Minha cara dama, posso lhe contar
Sobre tudo dela, da beleza à cor
De nossa paixão, dos planos, planos de casar
Todo o sentimento, todo seu valor
Mas a vida fez-me uma grande ferida
Faz-me rir, chorar, gritar e sentir dor
Foi na crueldade dessa mesma vida
Que morreu o meu primeiro amor".
O estranho logo se levanta, quieto
Vira-se, e se afasta sem olhar
A moça, num momento incondicional de afeto
Não o segue, deixa-o se afastar.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Íntimo Desejo



Se eu pudesse escolher um momento
Um momento em que o tempo congelasse
Certamente ele seria, sem lamento
Qualquer um em que eu lhe contemplasse

Fossem passos, fosse o seu belo sorriso
Fossem traços, fossem seus cabelos lisos
Caso o tempo em um dia paralise
Eu prefiro estar contigo, sem deslize.

Se eu tivesse que escolher uma mulher
A mulher em cujos olhos me veria
Não encontraria entrave algum, sequer
Eu diria, é você, e se não fosse, eu mentiria

Fossem jogos, fosse sua fluidez
Fossem fogos, fosse seu jeito cortês
Caso um dia a uma mulher eu me apaixone
Eu exijo que ela seja você, não me abandone.

sábado, 25 de junho de 2011

Colibri






Flores nas mãos, eu me cubro de vermelho
Seu veludo me comprime, em suas mãos
Sua textura me contorna, sem precisão
E seus olhos me desviam, esquivam-se e suplicam:
Calma...
Qual mais fosse o medo que me grita adentro
Com seu toque eu me animo e me contento
E não grito, eu apenas atento: flores nas mãos...

Flores nas mãos, e nos cabelos
Pétalas de flores de jasmim, em seus cabelos
E o aroma se prolonga em meu corpo inteiro...
Calma...
Qual mais fosse o peito que pulsa dentro
Com seu cheiro eu me inebrio, e o vento
Que se curva afirma no momento: flores nos cabelos...

Flores nos cabelos, e no corpo
Girassóis no peito e gérberas nos ombros
No escuro me comprimo,e em seu beijo encontro
Calma...
Qual mais fosse a pressa ou o molejo
Com seu beijo eu me levanto, eu lhe abraço e beijo...
Você fecha a porta e eu apenas vejo: Flores...

terça-feira, 8 de março de 2011

Amizade é ilusão




Aos que encontram todo dia seus amigos
Aos que afirmam que são um
Aos que cruzam nas estradas os perigos
Aos que gritam em comum
Aos que juram que é pra toda eternidade
Aos que pensam que é amor
Aos que dizem ser desde a maternidade
Aos que não guardam rancor
Aos que choram pelos quais foram perdidos
Aos que trocam sem pesar
Aos que sempre cuidam dos que são feridos
Aos que fazem sem pensar
Aos amigos que se julgam companheiros
Aos amigos que se encontram pela vida
Aos leitores ilusórios dos letreiros
Amizade é uma partida...

sábado, 8 de janeiro de 2011

Esfumaçado




Cada passo que dei ao seu lado
Não esqueço, pois foi dos bens o maior
Seu sorriso estampado no asfalto
É melhor que meu choro em momentos de dor
E a cada gota que a chuva derrama
O seu rosto derrete em giz
Não faz mal, é passado, não é?
E passou por um triz...
Em muitos momentos na noite
Quando conto as estrelas do céu
Eu percebo seu rosto no alto
Contornando os pontos de cada painel
Mas são belos momentos, não fatos
E uma brisa a leva pra traz
Tudo bem, é passado, não é?
Passou como jamais...
Hoje mesmo, bem numa conversa
Vi seus traços ,fortes, no rosto de alguém
Não que fosse assim, semelhante
Mas a nossa cabeça vê o que nos convém
Mas uma voz tão distante falava
E seus olhos voaram além
Quer saber, é passado, não é?
Para mim, e você também...