segunda-feira, 21 de julho de 2008

Eclíptica-21 julho

Meus pés, que tanto andaram,
Compreendem minha mente, parada, sem vontade em percorrer
Os caminhos, as lembranças, tudo aqui por renascer.
Hoje é dia de magia, mas é dia de crescer, pois quem fui no mesmo dia
Com aquelas esperanças, velhos sonhos, velhas ânsias
Amizades por fazer, e quem sabe até mais
Tudo vem, perspectiva de poder voltar atrás.
Uma eclíptica, doze meses... Foi um ano, e, às vezes
Me pergunto: por que o meu peito não se esquece?
Minhas mãos, que tanto amaram
Sustentam a cabeça, preparada a pender,
E os lábios, hoje calados, tomam forma de um beijo
O singelo e doce beijo, que jamais eu irei ter.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Sobre o que não brilha


Mancha escura, olhos desfocados
Homens livres que percebem
Que da grama onde deitam, ou da água de que bebem
Correm sombras, os desejos quebrantados
A luz negra que escorre
Em penumbra seca encobre
Corações mais desolados.
Tão sombrio que a própria morte,
Cujos nós acorrentados
Ao lançar de sua sorte
Caem rígidos, quebrados,
Não encontra quem conforte
Sob os braços, que não brilham, mas apenas
Rodopiam sem destino
Nestes solos já lavrados.

domingo, 13 de julho de 2008

Sobre o que brilha


É tudo, é parte do que foi perdido,
Do que não caiu em esquecimento
E persiste em criar, atiçar qualquer sentido
Como brilho cujo cheiro vem com vento.
Esmeraldas, gemas, pérolas, rubis
Brilho úmido, olhos cheios
Colos calmos, sem rodeios
Passo firme, braço alheio,
Tudo do que foi perdido
Tudo brilha, tudo é cor
Mas é brilho verdadeiro
O que escorre quando há dor.