quinta-feira, 27 de março de 2008

Mescla

Olha só, o sol se pôs na velha foto
E na televisão como se fosse um disco
Um disco sempre a rodar naquela imensidão
Que abrange a cidade, o rio, a praia , a selva, a relva a rua clara e a serra do mar
Curto como um pavio de vela que parece apagar
No fio de trevas de que me impede de falar
Olha só as tantas coisas que eu queria dizer, ou que podia fazer
No escuro sem acordar
Sem medo de esquecer ou até parecer um simples desabafar
Sendo que eram prazer, amor, clareza, luar,
Como a minha vontade de cantar
Dizendo assim, nem pareço eu
Acontece que aconteceu
Eu me deitei sobre domínios,
Eu encontrei o seu olhar
Eu desprezei os raciocínios
Me joguei no seu mar.
Olha só, aquela rua, aquela praça,
Aquela igreja, aquele banco, aquele branco, tudo de perfil
Parecendo chamar lembranças, sonhos mil, parcelas, frio, calor sutil, memória, anil
Janela, abril, novembro indo por lá, por meios de janeiro, março, fevereiro, junho, (mal) e julho, enfim, quando tudo passou a se ajeitar
Dito assim, tudo se ofuscou
E seu brilho me encantou
Eu me acalmei em seus carinhos
Eu me aninhei ao te abraçar
Ah, minha rosa sem espinhos
Incapaz de murchar.