domingo, 3 de janeiro de 2010

Eclíptica- 09 de março de 2008



NOTA:
Quando escrevi o primeiro texto com o nome de "Eclíptica" aqui no Mar de Garoa, a minha idéia era abrir espaço para posteriores textos de mesmo nome... Nunca vi isso como um compromisso,e, para ser sincero, nunca enxerguei isso com clareza.
No entanto, o baque de 2010 somente me atingiu no dia 03 de janeiro, e pode-se dizer que minha ficha caiu. De certa forma, as lembranças que mais me pungem são muito fortes quando o peso de qualquer Eclíptica resolve se revelar. Uma lembrança em especial me assoma... Aquela que meu coração tem receio de se lembrar, mas não consegue fazer o contrário.
Realmente, não acredito que esteja preso a tal lembrança, ou que dependa dela ainda para me sustentar. Há, contudo, uma quantidade incrível de minha arte que dependeu dela. E para um artista, ler ou ouvir qualquer pedaço de arte é chegar muito perto da emoção que o atingiu no primeiro momento em que aquela arte mostrou sinais de contato.
Não tento me justificar mais a partir desse ponto. Todos os textos que aqui forem intitulados sob o nome "Eclíptica", se é que mais algum virá, fará referência ao mesmo tema, à mesma lembrança... Contudo, o intuito é reviver, e sim preservar o valor artístico do que nele há, porque, independente do sentimento, a arte é linda, sob quaisquer circunstâncias.
No dia 09 de março de 2008 eu parafraseei Oswaldo Montenegro, com sua bela música "Andando e Andando em Copacabana", como uma forma de expressar em arte o que eu não conseguiria sozinho... Agradeço, mais uma vez, a Oswaldo Montenegro, o artista dos artistas...


"Eu tava andando à Curitibana, assim com jeito de fim de semana
E vi alguém interpretando um drama em peça teatral.
Sentei no chão, deitei-me sobre a grama
Achei perfeita a companhia (Vânia) no museu
Achei você sensacional.
Não é que seja uma visão sacana, pois você minha Nina até hoje se ufana
De ter visto Rita Lee no original.
Esqueça a lagarta que encontrei na planta,
Chame de gangorra o que pareceu prancha
E venha me abraçar com jeito excepcional.
Eu não sou leve, não sou carregado, e você pergunta
Quando eu te carrego, se eu estou cansado, e eu não levo a mal.
Eu continuo à Curitibana, com saudades suas, com aquela estranha sensação
Que longe de você pareço estar meio sem sal.
Mudei de cor pra ver se a coisa muda, mas o daltonismo hoje não me ajuda
Ah meu Deus, valei minha Princesa, acuda, longe de você tô mal.
E ainda que pesem na minha balança as minhas mancadas, a gente se ama
Hoje eu digo alto o que o coração manda: Você é excepcional"


... A Eclíptica que varra qualquer melancolia, a partir de agora... Se isso é uma afirmação ou uma prece, eu ainda não sei dizer...

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