sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Teoria do caos



Quando abro meus olhos eu enxergo o vento
Não por sua essência, mas pelo tormento
Do tremer das folhas, do correr do céu
No ferver das bolhas, no soar do fel.

Quando grito penso, quem há de me ouvir?
Já aflito e tenso, penso em desistir
Mas luzes se acendem, num só frenesi
E trazem consigo traços claros do elixir

...Ah, Sol, quando há de vir?

Se me calo agora, não vou mais poder
Pelo mundo afora pensar em te ver
E conjecturo, mesmo que em ossos do ofício
Escalar o muro tênue que beira o precipício.

Não enxergo frestas, possibilidades naturais
Mas pelas arestas, as infinidades artificiais
Logo me decido, e ao me levantar, eu grito
Eu abro meus olhos, eu inalo o vento... e repito

...Ah, Mundo, volta a ser bonito...

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