segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Sem que você repare




É meu reflexo que encaro na água
Ele é cheio de raiva, que o semblante não transmite
E meus olhos, como pedra de grafite
São tão foscos quanto o peito que borbulha no cristal.


É meu grito que escuto adentro
Transbordando de agonia, e crescente como chama
Minhas pernas andam trêmulas na grama
Minhas preces se derramam todas brancas no trigal.

É o futuro que espreito ao longe
E, repleto de incerteza, ele arranca o meu sono
Ele teme pela angústia, dor e abandono
Mas sem nem resposta prévia, ele se derrete em sal...

... O sal de seus olhos.

Um comentário:

Caroline Wendorff... disse...

Ao som de "Chão de Giz", na interpretação única e emocionante do Sóbrio Simbolistas, na voz inesquecível de Matheus, paro pra pensar na vida e no que temos feito dela... E percebo que temos atitudes inesperadas às vezes, forçadas pelas circunstâncias... Essas atitudes nos fazem bem, ou ao menos nos fazem acreditar nisso, por certo tempo... E aprendo que não podemos ter tudo o que queremos, mas devemos dar valor à tudo que nos é dado... E acima de tudo... Valorizar cada momento em que temos saúde, que podemos ver e desfrutar das riquezas da vida... Das belas paisagens desenhadas com a imensa delicadeza e sensibilidade das mãos de Deus... E das pessoas que são colocadas estratégicamente em nossas vidas, nunca por acaso, mas sempre por intermédio da vontade de um ser que nos olha lá de cima...

E assim... Percebo que ganhei um presente do céu quando te conheci!... E agradeço por fazer parte da minha vida, mesmo que de longe, pois me fez um bem imensurável... Eu precisava conhecer alguém que me abrisse os olhos pro mundo real...

O carinho que sinto por você é imenso... E acredite... Se eu pudesse te reduzir, te envolver numa redoma de vidro e te colocar na minha estante... Certamente, eu não o faria... Pois você nasceu pra ser livre e brilhar, e talvez a liberdade seja o segredo para a inspiração de seus lindos poemas...

Gosto muito de você...