
É meu reflexo que encaro na água
Ele é cheio de raiva, que o semblante não transmite
E meus olhos, como pedra de grafite
São tão foscos quanto o peito que borbulha no cristal.
É meu grito que escuto adentro
Transbordando de agonia, e crescente como chama
Minhas pernas andam trêmulas na grama
Minhas preces se derramam todas brancas no trigal.
É o futuro que espreito ao longe
E, repleto de incerteza, ele arranca o meu sono
Ele teme pela angústia, dor e abandono
Mas sem nem resposta prévia, ele se derrete em sal...
... O sal de seus olhos.