terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Três vezes ao dia.



Todo santo dia sinto sua falta,
Como se sentir falta fosse mais falta do que se fazer.
E conforme os dias passam, sinto falta do que sempre falta
E vejo que o seu rosto é o que me falta no amanhecer.

Seu rosto é o que me faz silêncio, é o que me faz saudoso no entristecer
Seu riso no meu pensamento, seu dourado intenso,
Seus olhos são de tudo um pouco, onde atormento o meu sentimento ao adormecer.

Toda santa tarde sinto sua falta,
E em cada laço falta o que você laçava por me conhecer.
E sempre que a tarde se arrasta, cada vez sua falta engrandece a falta
Que entrego aos outros, sem a compaixão que só me falta ter.

Sua voz é o que me faz confuso, é o que me faz pensar que já não posso ser
Seu timbre é o que me faz agudo, seu carimbo mudo
Seu corpo é meu mar de rosas, onde teço a prosa que me diminui ao te engrandecer.

Toda santa noite sinto sua falta,
E em cada estrela que no céu me falta eu procuro a falta de poder perder
Consoante a lua se afasta, e a sua falta só me traz mais falta
Eu me entrego em falta, pois me falta força para proceder.

3 comentários:

Iamni Reche disse...

Dá vontade de te dar um abraço em cada fim de verso, pra dizer que no fim vai dar tudo certo. Que a falta logo se torna lembrança gostosa de se ter.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Nossa, meu amigo...
Amei...Amei seu poema e, neste momento, faltam palavras para demonstrar o que senti ao ver sua alma exposta...
A saudade é o revés de um parto.. é arrumar o quarto do filho que já morreu...
Isso é falta... o resto é saudade..
De que? De você...beijos