sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Vergonha




Que sobe no rosto, que cliva o ar

Que deixa exposto, que queima o olhar,

É tão rara, sombria, é tão clara e esguia

É o que se extinguia quando era um dia o que não parecia ser.

Que só dura um momento, que se faz corar

Que congela o tempo, que grita ao pulsar

Se faz algo, somente, se transforma em repente

É o que se transtorna quando se adorna o véu que se torna vermelho ao crescer.

Que tange a boca, que nos faz calar

Faz da mente pouca, do piscar luar

É tão triste e fria, tantas vezes tardia

É a sôfrega agonia, que mais dia menos dia vem a poucos, ou a muitos envolver.

2 comentários:

- disse...

-
E estou sempre à espera de um novo mergulho nesse mar tão verdadeiro e tão teu. E quando lembro que não sei nadar, tuas palavras já me inundaram de vida e não me resta mais nada.

:)

Tefi disse...

Nunca vi descrição tão perfeita do que é a vergonha, esse momento que parece tão banal e aos outros, engraçado, mas para quem está sentindo, tão profundo. Um momento que dura segundos, mas parece que nunca vai acabar. Parabéns.