quarta-feira, 5 de maio de 2010

A quarta lei de Newton.




O desenvolver da palavra é como melodia que se espalha
Como toque bruto do dedo sobre tecla ou corda
Como um sopro forte ou uma batida
O criar da rima sem um ponto de partida
Uma enchente de palavra que sobre a folha transborda
Um tremer de tímpanos em cortes de navalha.

A propagação do som é mágica de ar
Descritiva por si só, e individualmente,
Mas palpável a tal ponto de conversas permitir
Conversar sobre uma música, sobre o que faz sentir
Uma árvore sonora a qual brota da semente
Um baque simultâneo entre o peito e o lugar.

O fechar de olhos é um abraço de união
O que atrela o que se escuta ao que treme um peito inerte
Um subjetivo escuro pelo qual o ar se inala
Num momento ínfimo em que o coração se abala
E a alma se renova, pois de tudo se converte
Um assimilar seguro da grandeza de tensão.

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