
Se o mundo fosse perto, e se a vida fosse clara
Certamente então seria certo, e esse medo que me invade a cara
Não daria a impressão de infértil, fingimento de que passa, ou sara.
Ele pensa que o resto é resto, vira o rosto ao escutar teu nome
Na verdade, não é nada honesto... Em teu rosto, e somente nele
É que há conforto quando ele dorme.
Mas se o mundo fossse claro, e se a vida fosse fácil
Sem receio que seria faro, e esse peito então seria tátil
Não faria parecer tão raro, e meu choro então seria grácil.
Ele chora como todo dia, e se arranha de sufoco e dor
Como pode, como poderia, esquecer o gosto ou cor.
E se o mundo fosse fácil, e se a vida fosse riso
Todo corpo então seria hábil, não seria necessário um vício;
Era um rosto, era um corpo, eram gostos, aliás
Ah, meu tempo, volta tempo, volta logo, por favor, me faz olhar pra trás
Quero tanto ver o rosto que fazia algo a mais
De quem fujo hoje em dia, ao não saber o que se faz,
Se a vontade é só uma, a única que não posso fazer mais.
...Volta ao meu mar de garoa, eu não quero mais chorar, eu não quero a vida à toa, eu não sei o que pensar, eu quero chuva, eu preciso navegar, eu preciso impedir minha garoa de cessar. É justo nesse momento que as palavras vão findando, que meus olhos vêm caindo, o meu som vai se esvaindo, e os meus sonhos vão fechando.
2 comentários:
Lindo!!
Verdadeiro, sutil, sublime!
Sem mais palavras...
Precisei ler algumas vezes... então eu amei.
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